
Resumo
- 97% dos ouvintes não distinguem músicas feitas por IA das compostas por humanos.
- Deezer implementou etiquetas para identificar músicas criadas por IA e excluiu essas faixas de playlists editoriais.
- A proporção de faixas geradas por IA nas plataformas de streaming aumentou de 18% para 33% desde abril.
Uma pesquisa encomendada pela Deezer e conduzida pela Ipsos revelou que 97% das pessoas não conseguem distinguir músicas produzidas por inteligência artificial das compostas por artistas humanos. O estudo, que ouviu 9 mil participantes em oito países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e França, reforça as preocupações sobre o impacto da IA na criação e monetização da música.
Os dados indicam uma divisão de opiniões entre os ouvintes: enquanto 73% defendem que faixas feitas por IA sejam claramente identificadas nas plataformas, 45% gostariam de poder filtrá-las e 40% afirmam que evitariam esse tipo de conteúdo. Além disso, 71% disseram ter se surpreendido ao perceber que não conseguiram reconhecer a origem das canções.
O consumo de músicas geradas por IA
A pesquisa destaca o crescimento acelerado de conteúdos criados por inteligência artificial nas plataformas de streaming. Segundo a Deezer, atualmente são enviadas mais de 50 mil faixas geradas por IA por dia — cerca de um terço. Em abril, essa proporção era de apenas 18%.
Diante do avanço, a plataforma implementou medidas para aumentar a transparência: passou a incluir etiquetas que identificam músicas criadas por IA e retirou esse tipo de conteúdo das playlists editoriais e das recomendações automáticas. “Acreditamos firmemente que a criatividade é gerada por seres humanos e que eles devem ser protegidos”, declarou o CEO da Deezer, Alexis Lanternier, à agência Reuters.
Como o setor musical reage à popularização das faixas sintéticas?
O crescimento das músicas criadas por IA tem provocado tensões no mercado. Lanternier afirmou que a criação de modelos de remuneração diferenciados para faixas sintéticas ainda é um desafio complexo, mas destacou que a Deezer já começou a excluir reproduções falsas do cálculo de royalties.
Casos recentes reforçam a preocupação da indústria. A banda virtual The Velvet Sundown, criada por IA, chegou a conquistar mais de 1 milhão de ouvintes mensais no Spotify antes de sua origem artificial ser descoberta. Já o Universal Music Group firmou um acordo judicial com a startup Udio e anunciou planos para lançar uma ferramenta de criação musical com IA em 2026.
97% dos ouvintes não conseguem identificar música feita por IA
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