China acusa Estados Unidos de roubo de bitcoins

Resumo
  • O governo da China acusa os EUA de roubar US$ 13 bilhões em bitcoin do pool de mineração LuBian em 2020.
  • EUA confirmam posse dos fundos, mas dizem que se tratou de apreensão por lavagem de dinheiro ligada a Chen Zhi, do Prince Group.
  • A defesa de Chen Zhi contesta a versão e alega que os fundos foram roubados.

Os Estados Unidos teriam roubado aproximadamente US$ 13 bilhões em bitcoin da China, segundo a agência de cibersegurança do país asiático. Em um relatório publicado no domingo (09/11), a instituição acusa os EUA de estarem por trás do roubo de 127.272 bitcoins do pool de mineração LuBian, que ocorreu em dezembro de 2020.

A denúncia partiu do Centro Nacional de Resposta a Emergências de Vírus de Computador da China (CVERC), segundo reportagem do Nikkei Asia. Vale lembrar que a China combate o bitcoin desde 2021 e negociações da moeda são proibidas no país, ainda que não seja ilegal possuí-las.

Segundo o CVERC, o comportamento dos fundos após o roubo sugere uma ação coordenada e não comum. O relatório aponta que os tokens permaneceram parados na carteira do invasor por quatro anos, o que “claramente não é o comportamento de um hacker típico, ansioso para lucrar”, diz o documento. Por conta disso, a agência classifica o ato como uma operação hacker de nível estatal.

A China já havia acusado os EUA de outros ataques cibernéticos este ano. No mês passado, o país acusou o governo estadunidense de atacar o Centro Nacional de Serviços de Tempo. A Bloomberg observa, contudo, que as alegações chinesas carecem de detalhes forenses.

O que dizem os EUA?

O governo dos EUA admitiu que, de fato, está com os fundos. O Departamento de Justiça (DOJ) anunciou em outubro a apreensão de 127.271 bitcoins, no que chamou de maior ação de confisco da história. No entanto, as autoridades norte-americanas negam o roubo.

A versão estadunidense é que os fundos foram apreendidos como parte de um processo contra Chen Zhi, um magnata sino-cambojano fundador do Prince Group. Chen foi indiciado em Nova York por acusações de fraude e lavagem de dinheiro, além de supostamente comandar operações de centros de golpes com uso de trabalho forçado no Camboja.

Segundo a acusação do DOJ, Chen e outros cúmplices usaram lucros ilícitos para financiar operações de mineração de criptomoedas “em grande escala”, incluindo a LuBian.

Magnata também tem uma versão

O advogado de Chen Zhi, Matthew L. Schwartz, rejeitou as acusações do governo dos EUA e classificou o confisco dos bitcoins como uma “apreensão ilegal de ativos”.

Em carta ao tribunal dos EUA, conforme relatado pela Bloomberg, a defesa de Chen pediu mais tempo para “rastrear o bitcoin que o governo apreendeu”. Segundo o advogado, os fundos foram, na verdade, roubados em 2020, corroborando a data do hack.

O Prince Group, de Chen Zhi, também é alvo de investigações em outros países. Autoridades de Hong Kong, Taiwan e Singapura já congelaram ou apreenderam centenas de milhões de dólares em ativos ligados à empresa.

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