A Samsung teria investido em recursos e pessoas para aumentar sua capacidade de produzir painéis desse tipo para suprir a demanda gerada pelo iPhone X, cuja tela usa essa tecnologia. Mas como o celular vendeu menos que o esperado, a Apple reduziu sua demanda por essas telas, o que deixou a Samsung com um investimento parado. Segundo a Nikkei, as linhas de montagem de telas OLED da empresa coreana estão funcionando em apenas 50% a 60% de sua capacidade.
Esse custo elevado do display é um dos motivos pelo qual o iPhone X custa US$ 1.000. E as fabricantes que estão crescendo no mercado, como as chinesas Vivo e Oppo, estão crescendo justamente graças aos seus dispositivos de entrada e intermediários, de preço mais baixo. Seria inviável para as empresas equipar esses aparelhos com telas OLED, e como o gráfico abaixo mostra, embora as empresas venham crescendo, sua demanda por painéis desse tipo se manteve estável nos últimos anos:
E vai piorar
Como se isso não fosse suficiente, a situação ainda deve piorar para a Samsung nos próximos anos, segundo o GSM Arena. Isso porque novas empresas devem começar a entrar no mercado de telas OLED. Na Coreia do Sul, a LG Display é uma das que está investindo nesse setor; na China, o investimento está sendo feito por empresas como Tianma Microelectronics e BOE Technology Group, com subsídio estatal.
Isso deve aumentar a oferta por telas OLED e, consequentemente, reduzir o preço delas. A estimativa da Nikkei é que a capacidade de produção mundial de telas OLED em 2020 seja o dobro do que é hoje. Para a Samsung, são más notícias: a empresa atualmente é responsável por mais de 95% do mercado de displays desse tipo para smartphones, e dificilmente conseguirá manter essa posição.
E daí?
Mas para os consumidores, essas notícias podem ser boas. Afinal, o barateamento das telas OLED pode fazer com que elas sejam usadas em mais smartphones. Essas telas tem algumas vantagens sobre os painéis LCD: elas conseguem controlar individualmente a iluminação de cada pixel, e podem apagá-los totalmente também. Isso permite que elas tenham um contraste maior, e que elas economizem mais bateria do celular.
Quanto à Samsung, também não é como se os executivos da empresa fossem passar fome por causa dessa situação: o conglomerado registrou lucros recordistas no ano passado, graças especialmente à sua divisão de chips e semicondutores. O setor de displays foi em parte responsável por esse resultado, mas não foi a área mais importante. É bem provável que a empresa consiga contornar os prejuízos causados por essa situação com lucros em outros setores.